Orgulho



Acordo de um sonho quente e desço meus pés ao chão gelado
Noite fria, madrugada intensamente silente
O coração anseia o velho calor, mas ela me escapa cada dia mais
Era tão previsível, mas hoje nada entendo
Tenho músicas, lembranças e vontades,
O que fazer com elas?
A quero de novo,
essa, essa daí que renasceu,
Que se doa e some
Que se importa e se lixa
Que se mostra e se esconde
Em gestos que não posso prever,
Em palavras que jamais esperava ouvir,
Em tons vibrantes e em silêncios inauditos
Ela conseguiu fazer-se novidade
E agora me consumo de vontades
Enlouqueço no meu medo, no meu orgulho,
No meu mundo tão afinadamente entediante
Piso nesse chão gelado, que é o solo da minha vida
Mas meu coração ainda é quente
Quando não aguentar mais, a procuro.

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