Adeus, querido Rubem Alves

Escrito em 19/07/14, data de seu adeus


Hoje o amarelo dos ipês desbotou
É assim, quando morre um poeta, 
as cores do mundo esmaecem
A poesia fica
Ainda que o mundo não a reconheça em seus detalhes, ela fica
Hoje o meu poeta fechou seus olhos para sempre
A partir de hoje suas palavras, 
suas ideias, seu amor, sua generosidade são memória
Ele já não mais existe, 
mas o que o moveu, por toda a vida, sim
Perder Rubem Alves é perder muito da beleza do mundo
Hoje as palavras resistem em sair, 
ficaram meio perdidas, meio órfãs
Os ipês amarelos _ tão ignorados em meio ao cotidiano_ 
perderam o seu maior apreciador
As palavras perderam um mestre, que amava brincar com elas,
que com genialidade, as trocava de lugar
e as fazia soar da maneira mais linda
Um gênio
De hoje em diante os ipês amarelos 
nunca serão tão amarelos como outrora
Obrigada, Rubem, pela magnitude compartilhada,
pela poesia dada, de graça.
Prometo cuidar dela, prometo não deixá-la morrer
Prometo continuar amando os ipês amarelos e,
em cada primavera,
ouvi-los florescer da saudade que sentem de você.

Comentários

Unknown disse…
Tive o privilegio de ler muito do Rubem, foi meu companheiro em noites sem sono, horas sem fome, e mesmo comendo, comia as suas palavras em versos e textos. O que me fez melhor foi: Ler é viajar sem sair do lugar.